24.8.10

nascemos, pequenos passos demos até à luz. passamos cada porta, cada janela entre os nossos corpos. voamos como nunca antes foi possível, vimos tudo o que estava ao nosso alcance. choramos porque nada mais sai dos nossos olhos, sorrimos porque nada mais sai dos nossos corações. desenhamos cada linha do nosso corpo no ar, no chão, em nós. enchemos os rios, enchemos a cidade, enchemos o dia com o nosso impor. impusemos a cada mundo que vivesse, transpirasse amor e dor austera. nós nunca vamos morrer, nós nunca vamos sobreviver a este sabor. perduramos entre linhas, vivemos aqui, neste som etéreo. não sairemos daqui, nunca. seremos sempre assim, pequenas luzes incansáveis do nosso nascer há procura de algo que nos sustente.

Sem comentários: