20.6.10

depois de correr, depois de sofrer, chegou ao sitio pedido. começou por vaguear inconscientemente pela rua fragmentada entre os pedaços que lhe restavam, dançou e apedrejou os factos perdidos. acabou por recolher cada pedaço e fazer destes pobres explosões nobres. esperou, esganou, chorou, respirou. o tempo parecia ter sido trancado no sótão e quem esperava ver o mais depressa possível, ria às gargalhadas jorrando o seu sangue através das suas mãos gastas, das mãos que usava para se alimentar de cada som que a esbarrava.
sentada no meio da rua, no meio do nada inconstante, lançou o seu corpo sobre o chão, num acto simples sussurrou «in nomine patri et filii et spiriti sanctum» e nos segundos seguintes, foi engolida, devorada pela a multidão sufocante e revoltada. sentiu cada pé, cada peso, cada pessoa a fazer de si um corpo morto lentamente.
ele chegou tarde para ouvir as suas orações, pegou num papel e registou uma história que não era (ou que não tinha consciência de ser) um esquisso.

5 comentários:

Hope disse...

a fotografia no inicio do teu blog deixou-me feliz e bem disposta. e a música tambem. transmite-me liberdade e lembra-me bons momentos. (:
(achei bem partilhar xf) *

diogo disse...

yey truffaut (:

diogo disse...

estudas no porto?

diogo disse...

ja pensava isso de ti quando vi os francesismos .D (muaahaha)
eu ando na escola secundária da maia palmas para mim...

diogo disse...

já aceitei, a minha internet é tão besta --'