18.3.10

carrego-te entre meias palavras e textos. sinto o teu peso em mim, a tua forma a sufocar-me. não chamo por ti. chamo alguém que te tire de cima dos meus ombros. que te afaste e devaste. atire a tua carcaça para o chão e por fim, te dê de comer, no imundo. mereces estas palavras cancerígenas e a dor ténue. que os minutos te encurtem os cabelos, que as horas te cansem os pés e que os dias te desgastem os olhos. que a mim, meu mentiroso, que a mim os minutos, as horas e os dias cerquem os meus pulmões e deixem-nos respirar. só quero esta doce capacidade de respirar, sendo sufocada diariamente por um cigarro, ela transcende o meu corpo. em dias, transcendeste também tu o meu corpo. esses dias, o calendário apagou e os segundos seguintes, mancharam-no.

hoje, sou eu e o meu agradado tempo. hoje, sou eu e a magnitude plena.

2 comentários:

henrique disse...

sabe sempre a resposta .

o vocabulário que usas está a tornar-se repetitivo, vê que usas a expressão "tire a tua carcaça para o chão e por fim, dê-te de comer, no imundo. " Já o referiste noutros posts e não podes dizer "dê-te" mas sim "te dê de comer".

De resto e mais uma vez, está impressionante. Congrats.

marianne curtis disse...

se soubesses o que escrevo, verias que é uma ligação a outro texto meu mas sim, sou puto de repetitiva.