16.10.09

acordo. é mais que certo que estás aqui deitado, com a cabeça na minha barriga. não fumo. acordo-te com um beijo no peito, abres os olhos, pouco a pouco e posso jurar que os vi sorrir, abraças-me de imediato. arrastas-me até à cozinha, depois de te pedir que ficássemos o dia na cama, não hesitaste em fazer o pequeno almoço perfeito. sei que o encheste de mimos. pedi-te só que ficássemos o resto da manhã que sobrava no sofá, com palavras de amor. assim que nos admirámos mais um pouco, arrumamos tudo, até a máquina de escrever. saímos e passámos pelas as ruas e sítios que nos preenchem, deixámos cartas, saudades e loucuras de amor. percorremos, em silêncio, tudo. quis parar ali, no canto que nos deitava-mos todas as noites a contar estrelas, a cantar vidas e a sonhar o resto da nossa.
- é dia, nunca estive aqui de dia.
não hesitaste em deitar-te, deitei-me ao teu lado e esperamos até ao anoitecer, beijaste-me na testa e deixaste a tua boca percorrer os meus lábios, abraçaste-me e elevaste-me. puxaste a minha mão e só te ouço exclamar:
- é hoje!
corremos sem direcção, vivemos juntos e há quem diga que nos viu desaparecer.
escrevi um dos nossos dias.

1 comentário:

Emília Pam disse...

As tuas palavras são um sonho, dás-me o prazer de aqui voltar? *